DEFESA CIVIL DIVULGA RESULTADOS DO ALERTA DE VERÃO 2021
De novembro a março, órgão registrou 382 ocorrências, com 85 interdições de imóveis; maioria das ações ocorreu para prevenir desastres
Foto: Geraldo Gonçalves/Secom PMVR
A Coordenadoria de Defesa Civil de Volta Redonda divulgou nesta terça-feira (27/04) o balanço do Alerta de Verão 2020/2021, que vai do dia 1º de novembro ao dia 31 de março, meses em que há o pico de chuvas e maior registro de atendimentos. Neste período, o órgão atendeu 382 ocorrências, com 85 interdições de imóveis e 220 pessoas afetadas – a maioria como maneira preventiva. O bairro mais afetado foi o Retiro, sendo que os deslizamentos foram as ocorrências mais comuns.
Durante os cinco meses, Volta Redonda registrou um volume de chuva de 943,7 milímetros, considerado alto, mas dentro do esperado para o período de alerta, de acordo com o coordenador da Defesa Civil, Rubens Siqueira. Ele destacou que de janeiro a outubro, o órgão realiza ações de prevenção, preparando a população e a estrutura pública para o período mais crítico, que é de novembro a março, quando chove mais e as equipes ficam de prontidão, 24 horas por dia.
“A Defesa Civil teve uma quantidade de ocorrências dentro do previsto no período de alerta. De novembro a março, se refere ao período de chuvas fortes. O que vamos ter uma variável é no volume de chuva. Março, por exemplo, tivemos uma situação com um baixo volume de chuva, de 67 milímetros. Mas em compensação, tivemos 365 milímetros em dezembro, o que significa é que se não cuidarmos lá atrás, nos meses anteriores, vamos colher problemas no mês à frente”, comentou.
Rubens ressaltou que das 85 interdições de imóveis realizadas pela Defesa Civil, muitas ocorreram de forma preventiva.
“Tivemos algumas situações no Retiro e quando falamos dessa região também estamos falando do Complexo Vila Brasília, que possui algumas características topográficas; você pode ter uma área de encosta aos fundos ou na frente do imóvel. Então muitas interdições ocorreram preventivamente, porque o objetivo da Defesa Civil é preservar a integridade física das pessoas”, disse Rubens.
O coordenador da Defesa Civil explicou que durante o período de alerta, além de percorrer a cidade promovendo o atendimento às ocorrências, as equipes do órgão monitoram os bairros margeados pelo Rio Paraíba do Sul, realizam o acompanhamento diário dos níveis de chuva nos afluentes do Rio Paraíba do Sul, na vazão da Represa do Funil, em Itatiaia, e ficam atentos as ações humanas, como a ocupação irregular, por exemplo.
Os pilares do trabalho da Defesa Civil são: antecipação, prevenção e preparação para resposta a desastres naturais, além da reconstrução que envolve outros órgãos municipais como Furban (Fundo Comunitário Volta Redonda), Secretaria Municipal de Infraestrutura (SMI) e IPPU (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano).
PROBLEMAS - Rubens lembrou que encontrou uma Defesa Civil totalmente “desestruturada e desarticulada” quando assumiu a coordenadoria do órgão em janeiro.
“Assumimos durante o período de alerta e encontramos as viaturas quebradas, sistema de comunicação e estatísticas falho, as informações referentes as chuvas nós não tínhamos. Não sabia quanto que havia chovido, qual o bairro mais atingido, quantas interdições nós tínhamos. Tivemos que fazer todos os levantamentos das ações realizadas em novembro e dezembro, para que em janeiro pudéssemos dar respostas a esses meses e preparando ações para os seguintes. Tivemos que fazer tudo isso, foi trocar a roda do carro em movimento”, desabafou.
Além da falta de transição com o governo passado, outro fator que dificultou o trabalho das equipes neste período de alerta foi a pandemia do novo coronavírus. Segundo Rubens, para evitar colocar em risco os servidores públicos e os moradores de Volta Redonda, as equipes em serviço foram compostas por no máximo dois componentes por viatura, com álcool em gel, evitando também promover aglomerações. Os funcionários da Defesa Civil também foram instruídos de que só acessassem o interior dos imóveis se o solicitante estivesse utilizando máscara.
“Conseguimos nos adaptar ao cenário. Tivemos uma preocupação muito grande para evitar acessar o interior do imóvel, salvo quando a ocorrência envolvia cenário de estrutura da residência. Mantivemos uma disciplina do distanciamento e tendo um menor tempo de resposta, ou seja, permanecer no local das ocorrências em um menor tempo possível, porque estivemos em diversos imóveis que havia pessoas com histórico de contato com a doença, ou por ter sido infectada recentemente ou estar com Covid; e até mesmo pessoas que estavam com sintomas e aguardavam o resultado de exames. Então é uma situação extremamente preocupante, visto que a nossa estrutura é enxuta e se um da nossa equipe é infectado, iria comprometer o trabalho no momento mais crítico”, finalizou Rubens.
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