GOVERNO DE VOLTA REDONDA ADOTA NOVAS MEDIDAS CONTRA COVID-19
Restrições no transporte e comércio passam a valer neste sábado
Foto: Divulgação/Secom-PMVR
O governo da cidade de Volta Redonda decretou nesta sexta-feira (20/03), mais uma série de medidas de combate à Covid-19, causada pelo novo coronavírus. As normas visam diminuir o movimento nas ruas e evitar que pessoas, que estiveram em áreas com circulação do vírus, entrem na cidade. Volta Redonda, segundo dados do governo, tem atualmente 86 casos suspeitos, 25 descartados e nenhum caso confirmado de coronavirus.
Segundo o prefeito, as medidas estão sendo tomadas, principalmente, visando o bem estar da população de Volta Redonda. “Estamos tomando as medidas necessárias para evitar ao máximo a circulação do vírus em nossa cidade. Por isso, determinei que ônibus de locais com circulação do vírus não entrem na cidade; que eventos esportivos e shows sejam cancelados; entre outros”, disse o prefeito Elderson da Silva, o Samuca (PSC).
O decreto do governo foi motivado por conta de uma decisão judicial em uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Estado do Rio. O MP pedia uma série de medidas, como fechamento de serviços, e foi acatado pela Justiça. O prefeito foi notificado às 9 horas desta sexta-feira e, portanto, a determinação começa a valer a partir da manhã deste sábado, dia 21.
Foi determinado, através de decreto, que bares, restaurantes, lanchonetes e afins devem reduzir em 30% o horário de funcionamento e garantir espaçamento de dois metros entre mesas, sendo permitido 'delivery' e serviço de retirada de alimento para consumo em outro local. Também foi decretado o fechamento total de boates, casas noturnas, casas de festas, locais para formaturas e outros eventos.
Com relação à Rede de Ensino da cidade, o prefeito também garantiu que as aulas terão a suspensão estendida. "Definimos que as aulas continuam suspensas e não mais por apenas 15 dias. Decidimos, para garantir o controle, que será por tempo indeterminado", explicou.
O decreto não atinge os seguintes estabelecimentos: supermercados, farmácias, postos de gasolina (não inclusas lojas de conveniências), agências bancárias, lojas de material de construção, açougues, pequenos comércios de venda de gêneros alimentícios, lojas de produtos médicos e hospitalares, oficinas mecânicas, borracharias, lojas de venda de água mineral e gás.
Já lojas, consultórios médicos, laboratórios e outros estabelecimentos que prestem serviços ou comercializam equipamentos e produtos relacionados a saúde, poderão manter seu funcionamento mesmo se situados em centros comerciais e shoppings. Todos os centros comerciais também não poderão funcionar.
Entende-se como centros comerciais galerias, shoppings e locais a céu aberto em que haja número considerável de lojas ou estabelecimentos.
Ainda nesta sexta-feira, o prefeito se reuniu com entidades empresariais do município. O objetivo foi detalhar a decisão judicial, de forma liminar, que determinou uma série de suspensões de serviços na cidade e os decretos assinados pelos prefeito dando legalidade as medidas.
"Na próxima segunda-feira (23/03), às 10 horas, haverá uma reunião no Ministério Público. Vamos juntos buscar caminhos para que nossa população seja protegida, mas que também não criemos uma grave crise financeira na cidade. Não discuto o mérito da questão, mas sim o tempo. Minha parte estou fazendo, vamos ampliar o prazo para pagamentos de impostos como IPTU e ISS, além de suspender os cortes de água por 30 dias, entre outras medidas", disse o chefe do Executivo Municipal.
O prefeito ainda decretou que apenas 30% dos servidores públicos – exceto das áreas da Saúde e Segurança Pública – vão trabalhar presencialmente nos setores públicos. “Os outros servidores deverão trabalhar de casa, no regime home office. O trabalho irá continuar, mas de casa", disse ele.
DÚVIDAS - Entretanto, o decreto não trata especificamente do caso dos agentes de endemias (pessoal do combate ao Aedes Aegypti), que circulam os bairros da cidade para orientar a população sobre os '10 minutos contra o Aedes' e aplicar veneno contra as larvas do mosquito. "Nós entramos e saímos das casas de todos os moradores, independente se estão ou não com suspeita de terem contraído o coronavírus. Caso estejam, nós seremos vetores e transportaremos para outras residências. Isso é muito sério e preocupante, mas em nenhum momento conseguimos essa informação, disse uma servidora que atua no combate às endemias e pediu para não ser identificada, por temer retaliações.
Bloqueios nas sete entradas do município
visam garantir segurança sanitária
Os ônibus intermunicipais oriundos da região metropolitana do Rio também estão proibidos de entrar na cidade. Assim como ônibus intermunicipais vindos de estados com circulação comprovada do vírus. Ônibus fretados por empresas para transporte de funcionário deverão transitar identificados e com a listagem nominal dos ocupantes.
"Hoje iniciamos esse cinturão de proteção na cidade, evitando que ônibus oriundos de área com circulação do vírus possam entrar na nossa cidade. Essa é mais uma medida de prevenção. Também faremos uma fiscalização em táxis e motoristas de aplicativos, evitando que cheguem passageiros dessas áreas de risco. Além disso, estamos fazendo uma campanha informativa sobre a proteção ao vírus nessas barreiras", comentou o prefeito.
A prefeitura ainda adquiriu dois termômetros digitais para 'check-up' de quem estiver entrando em Volta Redonda oriundos de outros municípios.