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REUNIÃO MANTÉM SOBREVIDA À VIAÇÃO SUL FLUMINENSE

Atualizada em 14/05/2019, às 14h48min

Mesmo assim, prefeito Samuca não volta atrás na decisão de cassar a operacionalização das dez linhas

Foto: Gabriel Borges/Secom-VR

A empresa Viação Sul Fluminense está mantida, momentaneamente, na operacionalização das dez linhas de ônibus que estão cassadas pelo prefeito Elderson da Silva, o Samuca (PSDB). Mesmo assim, o governo municipal aguarda um posicionamento do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Sul Fluminense (Sindpass) sobre como vai se dar a redistribuição das linhas para as novas empresas que vão operar o sistema, o que deverá acontecer dentro de duas semanas, ou se estender por meses, numa avaliação feita pelos sindicalistas.

Uma coisa é certa. O prefeito Samuca Silva não voltou atrás na decisão de cassar da empresa Viação Sul Fluminense a operacionalização das dez linhas. Isso significa que continua valendo o decreto nº 15.621 'Fim da Linha'.

A decisão foi tomada durante a reunião entre o prefeito, o secretário de Transporte e Mobilidade Urbana, Maurício Batista, vereadores e dirigentes do Sindicato dos Rodoviários de Volta Redonda e Região, realizada na manhã desta terça-feira (14/05), no gabinete do Palácio 17 de Julho, sede do governo municipal, no bairro Aterrado.

O vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Luiz Rogério de Freitas, o 'Rogerinho', acompanhado do presidente José Gama, o 'Zeca', deixou a reunião e se encontrou com os funcionários da Viação Sul Fluminense, ainda nas escadarias do Palácio 17 de Julho, para informar das decisões e pedir a manutenção da mobilização. "Dissemos ao prefeito que essa coisa de aproveitar todos os demitidos é 'balela'. Temos que nos manter atentos. O sindicato vai cobrar da empresa que tome as ações que garantam o emprego dos trabalhadores e a operação da empresa. Vamos acompanhar o prefeito no encontro com o Ministério Público do Trabalho e, mais à frente, comunicaremos sobre o que se definiu", garantiu o sindicalista.

Foto: Gazeta dos Bairros

EMPRESÁRIOS - O Sindpass é quem está com a 'bola' para a definição do jogo de interesses envolvendo as empresas associadas (Sul Fluminense, Cidade do Aço, Elite e Pinheiral). O que se aguarda agora, da parte dos trabalhadores da Viação Sul Fluminense é como se dará o aproveitamento da mão de obra, bem como o pagamento dos direitos trabalhistas em caso de demissões.

Já pela parte que cabe à população e ao Poder Público, o que se espera é a melhoria imediata do atendimento operacional das linhas 455 – Fazendinha; 510 – Padre Josimo Circular; 320 – Dom Bosco x Conforto; 520 – Belmonte; 325 – Santa Cruz x Conforto; 550 – Siderlândia; 120 – Eucaliptal; 500 – Açude x Conforto; 315 – Candelária x Conforto; 540 – Açude x Santo Agostinho.

Samuca Silva enumerou os motivos que o fizeram a decretar a caducidade da concessão por quebra de contrato por parte da Sul Fluminense, que não estava conseguindo prestar um serviço de qualidade a população.

“Estou pensando na população quando decretamos a caducidade da concessão. Nossa cidade merece um transporte coletivo melhor. Diante disso, pensando nos trabalhadores, oportunizamos a Sul Fluminense a continuar operando até que essa licitação seja feita. Mas as dez linhas que têm maior reclamação no ranking de reclamações da secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana, nós estamos oportunizando a outras empresas do SindPass (Sindicato das Empresas de ônibus)”, destacou.

Ainda na tarde desta terça-feira (14/05), o prefeito teve uma reunião com procuradores do Ministério Público Trabalho para tratar sobre a empregabilidade dos funcionários da Sul Fluminense.

“Não há motivo para pânico, estão criando um clima de demissão em massa. Isso não é necessário. Nós estamos sensíveis a causa dos trabalhadores e vamos atuar para que os empregos sejam garantidos, assim como todos os direitos trabalhistas. Oportunizamos à Sul Fluminense a continuar operando enquanto a licitação não ocorrer, mas precisamos dar uma resposta rápida nessas linhas com mais reclamações”, comentou o prefeito.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, José Gama, o Zeca, se disse preocupado com demissões, mas entende a atitude da prefeitura. “Nós entendemos o decreto do prefeito que visa melhorar o transporte público na cidade. Mas queremos o apoio do prefeito para nos ajudar a evitar que haja demissões em função dessas linhas que a Sul Fluminense está deixando de operar”, disse Zeca.

Foto: Gazeta dos Bairros

Também participaram da reunião a vereadora Rosana Bergone (PRTB), o presidente da Câmara, Edson Quinto (PR); membros da comissão de Transporte da Câmara, vereadores Washington Granato (PTC), Rodrigo Furtado (PTC) e Washington Uchôa (PRB). Outros vereadores, Isaac Bernardo (Patriota), Paulo Conrado (PRTB), Paulo Cesar Lima da Silva, o Paulinho do Raio-X (MDB), Carlinhos Sant'Anna (SD), Fábio de Carvalho, o Buchecha (PSB), também estiveram na reunião.

Alguns vereadores também opinaram sobre o tema, entre eles o presidente Edson Quinto, que frisou entender a justa preocupação dos trabalhadores, mas também ressaltou que a população não pode ser prejudicada.

EMPRESA - Quem também esteve no Palácio 17 de Julho, com o objetivo de participar da reunião foi Francine Lima, presidente da Viação Sul Fluminense, acompanhada do advogado da empresa, Leonardo Rossone. No entanto, eles não foram autorizados pelo governo a participar do encontro, que aconteceu no gabinete do prefeito.

Foto: Gazeta dos Bairros

De acordo com Francine, a empresa cumpriu com a maioria das exigências elencadas pelo governo municipal, no que diz respeito à melhoria do atendimento aos usuários, no prazo estipulado pelo governo em 90 dias. "Ampliamos a frota de veículos com a entrada em circulação de novos ônibus; reduzimos as falhas nos cumprimentos de horários; e estávamos concluindo os ajustes para atender plenamente às exigências da população e do concessionário (governo). Fomos surpreendidos pelo decreto mas, em nenhum momento deixamos de demonstrar nosso compromisso com o que nos propomos", afirmou Francine.

Ainda segundo ela, a empresa detinha até a quinta-feira passada (09/05) 31 linhas em operação na cidade, com a geração de 1,2 mil empregos diretos. "Somos a maior empresa de transporte coletivo da região e temos 50 anos de atuação na cidade", contou a presidente.

- A implantação de uma linha de ônibus destinada a atender os frequentadores do zoológico foi proposta pela empresa ao governo municipal, bem como uma linha de acesso ao Hospital São João Batista, e outra linha expressa a partir do bairro Açude até o Santo Agostinho -, explicou Francine.

Ela disse ainda à reportagem do Gazeta dos Bairros que o governo solicitou, há cerca de dois meses, e a empresa aceitou, "fazer o transporte dos funcionários da empresa de telemarketing Youtility Center Do Brasil, que atua na Vila Santa Cecília.

- Este transporte vem sendo feito gratuitamente pela Viação Sul Fluminense, e tem saída prevista do Clube Umuarama com destino ao Centro Universitário de Barra Mansa (UBM) -, afirmou Francine Lima.

Sobre a questão do débito com o Importo Sobre Serviços (ISS), a executiva informou que foi negociado o parcelamento com a Secretaria Municipal de Fazenda (SMF), e que estão pagando, porém com dificuldades. "Não é só a Sul Fluminense, uma vez que todas as empresas têm essa dificuldade", revelou Francine.

Ela contou ainda que esteve em reunião com o presidente do Sindpass, Paulo Afonso Arantes, e que vai procurá-lo novamente para avaliar as possibilidades de acordo para a manutenção, ou mesmo cotização das linhas. "Somos o maior associado do Sindpass, com 70% do atendimento total no transporte de passageiros, e a empresa que mais empregos gera na região", afirmou, acrescentando que se dispõe em promover o fim da dupla função para motoristas nas linhas da empresa, o que ela garante existir em apenas 15% da frota total da empresa.

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